maio-2019
5ª Edição da Ciranda de Filmes vem aí!
Arte: Karina Figueiró e Estúdio Anêmona | Foto: Simone Esaki
A Ciranda de Filmes está de volta! Em sua 5ª edição, a mostra traz cerca de 70 filmes, nacionais e estrangeiros, que serão exibidos de 23 a 26 de maio de 2019, com entrada gratuita, no Espaço Itaú de Cinema.
O evento, que nasceu em 2014, busca trazer discussões e reflexões acerca de temas relacionados à educação e à infância através da linguagem cinematográfica e volta a acontecer após um ano de pausa. Esse ano a Ciranda tem como tema “Música, linguagem da vida!”.
Todos os filmes têm a música como essência, seja pela expressão de canções tradicionais, de histórias recheadas de sons, da simples contemplação do silêncio ou dos sons da natureza. Além disso, a mostra traz oficinas e vivências com convidados como os músicos Tião Carvalho e Wyanã Uia-Thé Kariri-Xocó, entre outros. A programação completa você encontra em: http://cirandadefilmes.com.br/br/filmes/
O Território do Brincar conversou com a cineasta Fernanda Heinz, diretora do filme “Sementes do Nosso Quintal” que, ao lado da educadora Patrícia Durães, criou a Ciranda de Filmes. Confira abaixo o bate-papo!
TDB – Por que a escolha da música como tema?
Fernanda Heinz – A música sempre esteve presente em todas as edições da Ciranda de Filmes porque ela faz parte de todos os momentos de nossas vidas, desde o nascimento. É também uma linguagem universal, parte essencial do ser humano, da natureza e da cultura em que vivemos.
A música nos conecta também com as nossas emoções e, por isso, por meio da escuta, podemos conhecer a nossa biologia e desenvolver de uma forma mais natural as nossas capacidades motoras, intelectuais, sensíveis, sensitivas, emocionais e sociais.
O ensino e a experiência musical, dentro e fora das escolas, podem contribuir para o desenvolvimento integral do ser humano. Precisamos valorizar isso e torná-los acessíveis a todas as crianças e jovens.
Em tempos de intransigências, num contexto de pós-verdades, nunca foi tão importante exercitar nossos sentidos e percepções para que a gente possa filtrar o excesso de informações e focar naquilo que é essencial.
A 5ª edição da Ciranda de Filmes se propõe, então, ser um espaço de escuta, para ouvir a nós mesmos, a criança que fomos e que ainda somos, as infâncias e juventudes com as quais convivemos para, a partir daí, dialogar, transcender, transformar e resistir.
TDB – Como a música na infância ganha corpo?
Fernanda Heinz – Como somos seres musicais e lúdicos, a criança nasce sentindo, ouvindo, experimentando e produzindo música. Precisamos apenas dar espaço, escutar e acolher essa capacidade que é inata. Se não acreditamos e damos espaço para o desenvolvimento dessa capacidade, ela pode se retrair e não desenvolver a sua potencialidade. A música está presente no cotidiano das crianças, desde a barriga da mãe, nos acalantos, na batida do coração, no movimento ritmado do ninar, nas suas brincadeiras. E com o seu próprio corpo, objetos e elementos simples da casa ela cria e vivencia a sua musicalidade. Se a criança encontrar em sua casa e na escola um ambiente rítmico, musical, com jogos e brincadeiras da cultura da infância que envolvam a música, ela com certeza terá a chance de um desenvolvimento pleno.
TDB – Qual a importância e as motivações de promover, além das exibições dos filmes, as vivências e oficinas?
Fernanda Heinz – Essas atividades paralelas à mostra de filmes são momentos de experimentações, vivências e de sentir no corpo aquilo que abordamos nos filmes e nas conversas. Se somos seres lúdicos, para o nosso desenvolvimento integral, precisamos ter experiências sensoriais e sinestésicas, por isso buscamos sempre trazer para a Ciranda linguagens artísticas, experiências e áreas do conhecimento diversas.
Ciranda de Filmes
23 a 26 de maio de 2019
Entrada gratuita
Espaço Itaú de Cinema [Rua Augusta, 1475]
Texto: Arthur Roman
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