fev-2021
Episódio 5: O Quintal – Podcast Brincar em Casa
Na sequência você confere a transcrição completa do quinto episódio do podcast Brincar em Casa, criado e desenvolvido pelo Território do Brincar, com patrocínio do Instituto Alana.
Para ouvi-lo acesse alguma das plataformas de áudio abaixo:
Os episódios também estão disponíveis no Youtube com recursos de acessibilidade – legendas descritivas em português e Libras.
“Tem um monte de folha carnívora.”
“Prontinho, folha amarela é o que eu preciso…”
O Quintal.
O quintal é:
“Todo dia. O quarto de brinquedos não é todo dia, o quarto deles não é todo dia, a sala não é todo dia, mas o quintal é todo dia.”
O quintal é:
“Brincar na rua. Acho que até por causa da situação de estar em acolhimento, né. E na rua é brincar de pega-pega, esconde-esconde, futebol. Então assim, hoje o que eles mais gostam é a oportunidade de brincar na rua.”
O quintal…
“Cabe três carros. Aí ele joga bola na maioria das vezes ou brinca, ele faz o jokempô.”
O quintal é:
“Um respiro bom, assim, nesse período.”
Estamos começando mais um episódio de “Brincar em Casa”, uma série de podcasts do Território do Brincar, feitos a partir de uma pesquisa que fizemos com 55 famílias, em 18 países, vivendo os mais diversos contextos. Nas entrevistas, buscamos saber como as crianças estavam brincando durante o isolamento social da pandemia de Coronavírus. Apresentamos aqui as recorrências e singularidades desse brincar, relatados por mães e pais que conversamos, além de nossas reflexões sobre o que ouvimos.
Se você quiser saber mais como foi feita essa pesquisa, não deixe de escutar o episódio A Pesquisa, onde explicamos todo o processo. Hoje, neste episódio, sairemos para o quintal!
Um quintal para as crianças pode ser um mundo de possibilidades e descobertas.
Em uma entrevista que foi feita com uma família da cidade de Córdoba, na Argentina, quando chegou a hora de falar sobre o quintal, a própria filha que estava por perto veio para dar o seu depoimento:
“E também tenho 2 sapos na minha casa. Soltos pelo meu quintal. E também tenho um cachorro muito fofo que se chama Divira. Ela tá ali olhando.”
Sabemos que muitas crianças que vivem em grandes cidades não têm um quintal em casa. Aliás, para milhares de meninas e meninos urbanas a rua é o quintal, é o mundo lá de fora.
Como para essa família de São Caetano do Sul em que a mãe trabalha numa banca de jornal em frente a uma praça, que se torna o quintal do menino.
“A maioria do tempo ele fica realmente na banca mesmo, né. Então aqui ele se diverte, tem bastante livro, tem uma pracinha perto, em frente lá onde a gente tá. Vire e mexe ele vai lá e ele brinca nos brinquedos. Ele brinca de pintar, ou às vezes brinca dentro da banca mesmo, sabe? Ele se diverte mais ou menos assim.”
Seja no território da casa ou como extensão dela, uma coisa é certa: quintal é sinônimo de brincar, de investigar, explorar, e testar…
Para as pessoas que conseguiram dar um jeito de sair das grandes cidades, de seus apartamentos e buscar espaços mais amplos durante a pandemia, o quintal foi uma intensa descoberta para as crianças. Como nos contou essa mãe de uma menina de 9 anos.
“Foi a primeira vez que a Luana subiu numa árvore que tem ali no pomar. Ela me chamou e aí eu olhei e falei: Nossa, eu nem sei que árvore que é essa. E eles estão começando a ocupar um pouco mais esse espaço.”
E aos que tiveram mais tempo nos espaços externos das suas casas, também fizeram descobertas do mundo vivo que existe ali.
“Outro dia o Bernardo me chamou: ‘Mãe! Mãe!’ Falei: ‘O que?’ Estava jogando bola aqui no quintal, e ele veio mostrar a borboleta que estava aqui em casa. Porque como a árvore, como tá muito grande, com muitas flores, tá atraindo muitos bichos, passarinhos, borboletas. Mas tem uma borboleta aqui em casa que a gente nunca tinha visto igual.”
“‘Quer segurar? Põe a mão aqui, ó.’ ‘Deixa eu ver’.”
“Ele colhe folhinha pra ver se boia ou se afunda. Ele adora que a gente pega uma bacia, põe água, e aí a gente vê se boia ou se afunda.”
“Olha, essa árvore é de subir. Esse galho vai quebrar. Se esse galho quebrar e eu cair da árvore, vai me machucar.”
Uma mãe dos EUA nos relatou como seu filho adora minhocas, e contou como foi este primeiro encontro.
“Ela estava lá, no jardim de sua casa, desenterrando raízes de dente-de-leão, quando o filho começou segui-la para ver o que ela estava fazendo. Então, uma minhoca saiu da terra e ela mostrou para ele. Ele, simplesmente, se encantou de amor, segurou a minhoca na mão e disse ‘Eu amo ela, e ela também me ama’.”
(I was outside digging up dandelion roots in the beginning of the season. And he just started following me and looking at what I was doing, and I dug up an earthworm and he just gasped with love. And I told him what it was and he held it, and said ‘I love him so much, he loves me too’.)
E tiveram aqueles que se preocuparam com este longo período de isolamento, que estava distanciando as crianças da natureza. Então, fizeram o que foi possível para se readequar a essa questão.
“Eu comprei planta também porque ela gosta de planta, ela gosta de mexer, então a gente acaba tendo mais contato com a natureza aqui dentro, né. Ela gosta muito das suculentas, porque ela mesma tira as folhinhas, e aí joga na terra e ela vê nascendo e ela gosta bastante. E é legal porque é rápido, né, da suculenta. E quando ela vê as plantinhas ela fica toda empolgada, que ela fala que são as plantinhas bebês que vai nascendo. Ela tá muito animada.”
“Meu quintal tem muitas árvores. Ele tem várias plantas e esse limoeiro tem alguns limões pra nascer e também tem espinho. Essa planta aqui, ela é bem espetuda. Mas ela também é bem grande. Eles compraram quando eu já tava nascendo, então é da minha idade só que é maior do que eu. E essa planta aqui é o pé de tomate. A gente não sabe se vai nascer mas tá bem grandinho. Quando crescer vai nascer umas bolinhas bem pequenas vermelhinhas, aí vai crescendo e vai virar um tomate.”
“O Vitor é que pede pra ir na varanda ver o céu todo o dia, mas como tem muita luz na casa, ele não via o céu direito. Aí depois a gente começou a apagar as luzes pra ele ver. É lindo o céu aqui, dá pra ver muita estrela, então ele vai, olha, toma um ar, vê a noite e volta pra cama e fala “Agora vamos dormir”.
Porém, para muitas famílias que vivem principalmente em apartamentos, o isolamento social significou muito tempo em espaços interno. Vez ou outra era possível tomar um sol, dar uma volta no quarteirão. Mas muitos mal conseguiam como nos conta esse pai que vive hoje em Lima, no Peru.
“Aqui é um prédio pequenininho, como eu falei pra você tem 3 andares só. Então tem até uma areazinha aqui embaixo mas é pequena aí não tem muito o que fazer. No mesmo lugar. Eles dificilmente descem. Eles só descem quando está sol e eu peço para eles descerem pra tomar um pouco de sol só, mas não é todo dia, é às vezes. Agora, desde a semana passada eles podem dar uma volta no quarteirão, isso a gente tá procurando fazer. Desde a semana passada a gente tenta tirá-los de casa por volta de 20 minutos para dar uma volta no quarteirão, pra tomar um sol, pra correr na rua pelo menos.”
Ou como explicou essa mãe que mora em uma ocupação na cidade de São Paulo:
“Tem aqui em baixo na Ocupação, tem bastante espaço, né. A gente tem quadra, tem um espaço na frente que é bem amplo e tem a brinquedoteca, né, só que nesse momento eu não estou deixando eles irem, né, eles saírem de casa. A gente até leva eles para tomar sol lá embaixo. A tarde, assim, umas 2h quando ta sol a gente desce com eles… 3h mais. Eu fico um pouquinho lá e já subo eles de volta. Eu não deixo eles brincando lá. Aí a tarde eles ficam em casa mesmo. A gente ta praticamente… vai fazer 2 meses que eu to com eles né? Vai fazer praticamente dois meses que eu estou em casa com eles. A gente não sai para lugar nenhum, fora do prédio.”
“Então por mais esforço que a gente faça, essa coisa de você não tá fora de casa, ter esse contato com o aberto, com o horizonte, dá uma saturada.”
No quintal, parece que o corpo tem permissão! Entra em um estado de expansão, curiosidade, desafios, mistérios…
“E no quintal acho que são coisas mais expansivas, né? Então também tem um pouco de dança e de ginástica, das apresentações… Tem… Ah, às vezes ela gosta de lavar a roupa das bonecas dela ou mesmo dela e pendurar no varal. Desenhar, mexer no quintal.”
“E daí também, no quintalzinho, o Rafa gosta muito de fazer os acampamentos. Ele já fez dois acampamentos lá. Dorme lá fora. Passa o final de semana dormindo no acampamento, no quintal. Daí também faz fogueira lá fora… que mais?… joga um pouco de bola, mas é muito pequeno, né. O Rafa gosta de ficar brincando com os vasinhos, inventar, fazer cenário nos vasinhos, coisa meio encantada, assim, de faz de conta.”
“Manu também brinca aqui, mexe nas plantas e gosta de brincar com bola. Ventura brinca de bola aqui, de basquete. Tem um banco que é feito de pneu, são dois pneus parafusados e aí a gente joga a bola dentro dos pneus como se fosse uma cesta, porque a gente não tem cesta de basquete aqui. E aí o Ventura brinca bastante disso aqui e às vezes Manu fica dentro desses pneus brincando de carrinho.”
“Ele brinca com água, essas coisas, aí escondo os carrinhos dele no quintal também pra ele ficar procurando os carrinhos. Ele adora. Aí é ótimo porque a gente come lá fora, a gente come no chão. A gente fala, ‘Vamos fazer piquenique?’ Come no chão. Ele come tudo, uma belezinha. ‘Hum, que gostoso.’”
Recebemos um vídeo de uma das famílias, com uma brincadeira inventada no quintal. O menino tenta acertar tampas de garrafa dentro de um balde, só que ele faz isso usando um cabo de vassoura como se fosse um taco de sinuca.
“Aí dentro do balde. Eu vou primeiro com essa… Não, de novo, de novo. Dessa vez vai ser… Vamos de novo.”
Uma mãe que mora em Vitória, no Espírito Santo, relatou a relação do seu filho com o balanço no seu quintal. Uma simples tábua amarrada debaixo de uma árvore e que fez toda a diferença durante a quarentena.
“E essa coisa do desafio, né, porque aí ele vai criando várias modalidades, né, como falei, sobe aqui num negócio aqui, na caixa d’água. E consegue diferentes embalos, diferentes impulsos com ele mesmo. E fora quando não coloca outras coisas dentro do balanço. Por exemplo, os gatinhos… quer que os gatinhos balancem. Enfim, brinca com os gatinhos no balanço. Enfim, então esse balanço tem sido um lugar pra ele muito importante nessa quarentena. E eu achei lindo quando ele batizou do melhor balanço do mundo.”
“A gente tem que segurar bem firme.”
Um quintal, onde o menino e o “melhor balanço do mundo”, como ele batizou, crescem juntos. Impossível não se lembrar do “poeta das infâncias”, Manoel de Barros, que escreveu no seu livro “Memórias Inventadas – A Infância” – olha o que ele disse:
“Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade.” (Manoel de Barros)
Quantas intimidades as crianças estão criando com as coisas de seus mundos? Imagine se esse fosse um critério de avaliação escolar? “Quantas intimidades você criou nesse período?”, perguntaria a educadora aos seus alunos e suas alunas.
Mas essa intimidade é, em certa medida, diferente daquela que vimos nos quartos das crianças.
No quintal, ela se refere à aproximação com as coisas do mundo de fora, principalmente da natureza. Aquelas que se pode tocar, cheirar e acompanhar os processos vivos de crescer e fenecer. Aquela que também se experimenta com o corpo e alcança a sensação de liberdade e descoberta.
No quarto, a intimidade é consigo mesmo, com o dentro de si em tempos de quietude e solidão.
Mas que fique claro que ambos levam pra dentro, para um mundo interno de quem brinca.
E por falar em intimidades, se houve alguém íntimo nesses tempos em casa, foram os animais de estimação. Eles foram companheiros de brincadeiras e afetos nessa época tão distante dos amigos e amigas.
“Eles mesmos desenvolveram uma brincadeira de pega-pega. Um corre atrás do outro, quando chega num certo ponto pára, aí o outro corre e reveza, sabe? É legal isso, eu cheguei até a filmar porque ele sabe que é só uma brincadeira. No começo ela ficava com um pouco de medo mas, assim, ele não morde, nada. Ele só chega, ele vai latindo, aí ela pára, ele pára também e corre ao contrário, sabe? Aí eles ficam brincando tipo num pega-pega. Olha lá, só porque eu falei ela começou.”
“Ela passa o dia com a gata, o dia inteiro atrás da gata. Até tive que interromper um dos últimos áudios agora porque ela estava provocando a gata, mas elas são muito apaixonadas uma pela outra. Onde ela vai a gata vai.”
“O Ted, ele é danado. Ele quer pegar a bola. Então também é uma forma do Matheus brincar com o cachorro. E aí eles jogam a bola, o Ted vai atrás da bola, vai atrás deles. Aí daqui a pouco eles escondem a bola e o Ted fica atrás dele. O Ted brinca até de esconde-esconde, pra você ter noção. Eu seguro o Ted, eles dois se escondem nuns lugares, assim atrás da geladeira, no cantinho assim da geladeira, atrás da porta… e o Ted vai atrás deles e acha. Muito danado.”
Não é novidade que a relação de crianças e animais sempre foi algo muito significativo, mas durante o isolamento social, essa interação gerou uma troca de afetos bastante intensa e ocupou um espaço de destaque, para muitas famílias.
“E por último temos o capítulo gatos, atualmente! Não que supra a ausência dos amigos – jamais, né? – mas ocupa um espaço de relacionamento bem importante na vida, sabe? É um ganho muito bom. E de entretenimento mesmo, entretém demais.”
E para além dos quintais, sacadas, varandas e janelas, que ainda são dentro de casa, mesmo nos dando a possibilidade do fora, como é que ficaram as saudades de usufruir os espaços públicos e coletivos?
Ouvimos alguns relatos dessa saudade dos espaços livres e áreas verdes da cidade, como momentos de reconexão com a natureza, trazendo uma qualidade de saúde e descontração nos ritmos familiares.
“A maior pena é o parque, né, que é o jardim mesmo de casa e as crianças não tão podendo aproveitar muito. Mas de vez em quando a gente encontra os amigos no parque, daí fica todo mundo a 2 metros de distância e conversa e tudo mais. Porque não tem como, a gente precisa ir um pouco no parque. Porque é isso: todo mundo tem jardins pequenos aqui, porque as crianças precisam sair um pouco. E daí como é um grupo muito grande, então às vezes junta sem querer e a gente morre de saudade.”
Foi interessante notar que as famílias entrevistadas que moram em grandes cidades de alguns outros países, o estar fora com o acesso à natureza apareciam com mais frequência. Isso ocorre pelas oportunidades oferecidas pela própria cidade que, de alguma maneira, leva em conta esta necessidade humana.
Elas nos contaram sobre trilhas, árvores, fogueiras e lagos. Ambientes e possibilidades quase inimagináveis para muitos centros urbanos que experimentamos aqui.
Uma mãe dos Estados Unidos relatou que todas as tardes ela começou sair com seus filhos para fazer caminhadas em trilhas.
“Uma outra grande novidade são esses bons passeios à tarde na natureza.”
(“But another big difference that is great is this afternoon time in nature.”)
“Tem sido fantástico. Eles querem fazer essas trilhas, e quando chegam, ficam tão animados que correm pro mato.”
(“That’s been fantastic, like they want to go now to nature trails, and when we get there, they are so excited and they run into the woods.”)
“Eles querem descer rampas cheias de lama. Querem jogar coisas na água.”
(“And they want to scramble down muddy slides. And they want to throw things in the water.”)
“Sabe, eles não levaram nenhum tombo ainda… só ralaram joelho, ou tropeçaram.”
(“And they haven’t fallen yet. You know. …They will scrape a knee or tumble or something…”)
“Mas no geral, enxergam a floresta como um enorme, um incrível playground imaginário.”
(“but for the most part they just see the woods as this huge, exciting imaginary playground.”)
“E isso tem sido fantástico.”
(“And that’s been fantastic.”)
Uma mãe que mora em Bristol na Inglaterra também nos contou algo parecido:
“Quase todo dia a gente sai por pelo menos quase uma hora. Está sendo bem legal porque a gente tá conhecendo umas trilhas novas, uns lugares novos, que honestamente se não tivesse essa quarentena acho que a gente acabaria não conhecendo. Essas coisas que você deixa passar.”
Ou essa mãe que vive em Nova Jersey nos Estados Unidos, contou das suas experiências na natureza nesse período da pandemia.
“We went canoing the other day. […] The were on rafts and in the water in a lake.[…] We take family walks. They are good walkers, we hike.”
Ela diz que foram fazer canoagem em um lago e que fazem longas caminhadas. Segundo ela, as filhas gostam muito de fazer essas trilhas em família.
Mas e para aqueles que não tiveram a chance de sequer sair de casa e precisaram passar longos períodos em espaços fechados, o que isso afetou em cada criança?
Isso não sabemos, mas o que temos certeza é que criança alguma deveria passar tanto tempo sem essa convivência com o ambiente externo e em relação com a natureza.
O direito ao ir e vir, deveria estar implícito na cidade e nos espaços naturais e as crianças deveriam, constantemente, conviver em liberdade nesses ambientes.
E para as mães e pais que têm a chance de presenciar seus filhos e filhas nessas áreas naturais, seja em quintais ou espaços públicos, fica visível os grandes benefícios dessa vivência.
“Então a gente começa balançando ele em alta velocidade, né, enfim… e aquela emoção do vento, aquele contato com o ar, então eu percebo que tem essa coisa da liberdade. Isso é o meu olhar sobre essa brincadeira dele, que é um lugar da liberdade, que ele, assim… Ufa… vai respira e vooooolta!”
“Antes, eles eram muito resistentes a fazer trilhas na natureza.”
(“They were really resistant when we used to take them on nature hikes.”)
“A diferença agora é que eles querem ir.”
(“And the change now is that they want to go.”)
“E as coisas que eles têm feito ali, são surpreendentes. Estão muito mais confiantes com seus corpos do que eu esperava que eles fossem. Subindo em pedras e pulando riachinhos…”
(“And the things that they do there are even a little surprising. They are so much more confident of their bodies then I even expected them to be. Climbing on rocks and wanting to jump over little tiny streams.”)
“Tem sido a maior surpresa, o fato de como agora isso é algo tão importante para eles.”
(“So that’s been the most fun surprise. That now its a really important thing.”)
E assim, nos quintais, varandas, ruas, praças e bosques… o estar lá fora uniu o corpo ao céu e expandiu, como foi possível, o senso de liberdade, de intimidade, de intensas descobertas e desafios. Sensações que, de uma forma ou de outra, precisa estar resguardada para todas as infâncias em todos os tempos.
CRÉDITOS
Brincar em Casa, este podcast do Território do Brincar foi feito com o patrocínio do Instituto Alana. Agradecemos todas as mães, pais, tias e avós que conversaram sobre suas experiências de quarentena. Agradecemos você, ouvinte, pelo interesse e retornos. Agradecemos o grupo de Pesquisadores, Elisa Hornet, David Reeks, Gabriel Limaverde, Lia Mattos, Reinaldo Nascimento, Renata Meirelles, Sandra Eckschmidt, e Soraia Chung Saura que dedicaram tanto do seu tempo contemplando, dividindo, entrevistando, e analisando esta experiência. A Coordenação da pesquisa é de Sandra Eckschmidt e Renata Meirelles, essa que vos fala. A edição e desenho sonoro deste episódio é de Fernanda Leite. Co-direção e finalização de David Reeks. Mixagem Som de Black Maria. Trilha sonora Blue Dot Sessions. Produção de Renan Paini. Assistência técnica de Guilherme Annes. A equipe do Território do Brincar: Thais Oliveira Chita e Maria Clara da Silva Matos. Até a próxima.
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