mar-2014
Produção das saias das folhas de bananeira
Foi no bananal do avô do David que chegamos depois de muito caminhar.
Entrando à esquerda ao lado do cemitério, descemos por uma picada no mato, passamos por uma fonte, cruzamos um riacho e lá paramos para escolher as palhas e produzir as saias que serão usadas no domingo no Nego Fugido.
Amarelinho (como carinhosamente é conhecido o Anderson) é o mais jovem caçador do Nego Fugido e para fazer sua saia contou com a companhia de dois ajudantes que, além de colher as folhas secas das bananeiras, ajudaram a amarrá-las em montinhos de três folhas por vez.
Vestir a saia testando seu comprimento e largura é uma cena principesca. Um verdadeiro “rei” cercado de seu fiel alfaiate se preparando para a principal festa no seu reinado, porém, os cachos de bananas pesando nas árvores nos trazem de volta para a vida em Acupe.
Com a saia pronta nossos reais caçadores têm a tarefa de carregá-la para casa, atravessando as ruas quentes da cidade. Essas folhas na cabeça anunciam que a Festa se aproxima.
De manhã foi a vez dos meninos produzirem a saia e à tarde, os adultos repetiram esses mesmos gestos adquiridos no tempo que foram meninos.
Texto e fotos: Renata Meirelles
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