ago-2014
Comunidade de Jaguarão
Nos pampas os horizontes se alargam, os olhos correm longe pelas danças aéreas dos maçaricos. De tão plano é o lugar chegam a dizer que é possível avistar seu cachorro fugindo por 3 dias seguidos.
Pela estrada a paisagem é de pastos sem fim onde habita um gado lento e espalhado, ovelhas macias recém saídas de um inverno áspero, casinhas de joão-de-barro (ou forneiros na linguagem gaúcha) apoiadas no alto dos postes, e uma variedade de pássaros e vôos que permitem um devaneio longo e sem pressa.
Nessas terras de muitas campanhas e estâncias chegamos até Jaguarão, um município que faz fronteira com o Uruguai. Ali andar pilchado (traje típico gaúcho) é coisa corriqueira. Nos comércios, restaurantes e praças, há sempre alguém de bombacha, chapéu ou boina, botas e lenço no pescoço. E o chimarrão então, parece até uma regra, um vício ou uma dependência coletiva. Sentados nas varandas, andando pelas ruas, dirigindo o carro, dentro dos restaurantes, dando aulas, seja onde for, o mate não pode faltar.
A ponte que une os dois países convida para um trânsito livre de intercâmbios culturais, econômicos e sociais. Cigarro, supermercado e gasolina vale a pena comprar no Brasil. Queijos, bebidas, pneus e aparelhos eletrônicos é mais em conta do lado de lá. O mate, algumas músicas e danças, quase perderam a nacionalidade, não respeitam fronteiras territoriais. Assim, uns de cá pra lá e outros de lá pra cá, vão “cambiando” livremente um estilo de ser e de viver, compondo o colorido do lugar.
O jaguarense da cidade tem a chance de comprar leite fresquinho da vaca, sabem cardar e fiar a lã das ovelhas, é adepto ao churrasco de chão nas pescarias de domingo, a carroça e o cavalo, fazem parte do cenário urbano e um dos eventos mais prestigiados na cidade é o rodeio. De uma forma ou de outra as campanhas se fazem presentes, pelas ruas da cidade.
Texto e fotos: Renata Meirelles
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