mar-2014
Pião de tucumã ou de cabaça
Localidade: Comunidade Indígena Panará – PA
Quando os Panará foram transferidos de suas terras para dentro do Parque do Xingu, pelos irmãos Villas Boas, devido a construção da estrada BR 163 que começou a dizimar esse povo por doenças e invasões, eles foram morar em uma aldeia junto com os índios Suyá. Dessa época muitas trocas de saberes aconteceram entre esses dois povos, incluindo o pião de tucumã, que foi aprendido pelo nosso amigo Sykiã.
O pião pode ser feito com a semente do tucumã, uma fruta de uma palmeira típica da região amazônica ou com uma pequena cabaça.
Como Sykiã faz o pião:
Ele primeiro fura a semente em três pontos distintos: na parte superior, na inferior e na lateral, até alcançar uma massa interna branca dentro da semente que é bem resistente e dura.
Se já é difícil fazer esses três furos devido à dura consistência da semente, mais difícil ainda é ter que tirar essa massa branca de dentro, deixando a semente totalmente oca.
Depois ele tira os excessos de uma vareta até que fique da largura exata para encaixar nos dois orifícios das extremidades da semente, de forma a atravessar toda a extensão desta.
Em seguida ele veda esses orifícios com uma cera de abelha que é queimada na brasa e moldada ao redor dos furos.
Os netos de Sykyã permanecem com olhar atento e silencioso de aprendiz, para que consigam da próxima vez fazer o seu próprio pião.
Faz também um suporte de lançamento com uma tabuinha de aproximadamente 10cm X 3cm e faz um furo na ponta. Por esse furo passará o fio que estará conectado ao pião.
O barbante é qualquer fio resistente e não muito fino.
Daí é só puxar a linha com bastante força, sem deixar que o pião entorte para um dos lados.
Esse pião faz um zunido incrível quando gira, uma maravilha de se ver.
Texto e fotos: Renata Meirelles
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