dez-2017
Diálogos do Brincar #14: O brincar e a saúde integral infantil
Texto: Raphael Preto | Vídeo: Interrogação filmes
O último “Diálogos do Brincar” de 2017 debateu o tema “O brincar e a saúde integral infantil.” A 14ª edição da série de videoconferências contou com a participação do pediatra Ricardo Ghelman, especialista em medicina antroposófica e vice-presidente do Comitê de Genética da Associação de Pediatria de São Paulo. Durante a conversa, realizada no dia 7 de dezembro, Ghelman reafirmou a importância do brincar para a garantia de uma infância plena e saudável: ”É extremamente natural esse processo em que a criança entra em contato com o mundo através de cores, experiências e texturas.”
Especialista em medicina integrativa, o médico comentou como esse conceito se desenvolveu a partir do início da década de 1990: “A medicina integrativa é uma revisão no conceito de saúde. Antes, a formação médica era muito focada em doenças e, por isso, o olhar global para o desenvolvimento infantil ficava comprometido”, explicou o pediatra.
Ele também ressaltou quais são as diferentes etapas da infância dentro do processo de amadurecimento da criança e como é importante compreendê-las: “A primeira infância é dedicada ao movimento e à percepção sensorial. É ela que garantirá o impulso da vontade de viver para o resto da vida. Na segunda infância, ocorre o aprimoramento da inteligência emocional, que é fundamental para o desenvolvimento das relações interpessoais. A terceira etapa, que se manifesta mais concretamente na fase próxima à adolescência, é mais dedicada à inteligência cognitiva.”
Para o pediatra, apenas esta última fase é favorecida no processo educacional do país. “No século 21, privilegiou-se a inteligência cognitiva. Segundo esse entendimento, o que importa é que se forme adultos inteligentes, mas não com bom senso estético, tampouco com boa relação com seu corpo e com sua percepção sensorial”, lamenta.
Para finalizar, ele destacou quais são as consequências do modo de vida da sociedade atual, em que as crianças são desestimuladas a entrar em contato com o outro e com a natureza. “A criança que está desconectada com a natureza vai desenvolver naturalmente déficit de atenção e hiperatividade. Hoje, 85% das crianças do mundo estão em cidades, sem conseguir ter a possibilidade da expansão corporal e sensorial plena”.
Assista ao debate na íntegra:
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Fabuloso. GOSTEI MUITO de ouvi-lo. esclarecedor em vários aspectos e reafirmou algumas questões pra mim. sou professora e atualmente jardineira trabalhando com crianças pequeninas. Vou compartilhar com os nossos pais e mães. espero que mais pessoas possam se interessar e tentar transformar o seu estilo de vida para termos um mundo futuro com adultos menos doentes e com crianças desde pequeninas cheias de saúde! oxalá consigamos! gosto muito do trabalho de vocês. MUITO GRATA.