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Assim que terminou o jogo de “china” (bolinha de gude) perguntei para os meninos porque será que os adultos, hoje em dia, insistem em dizer que criança não sabe mais brincar e que jogos como este não existe mais. “É porque esses adultos não vêm aqui ver” me respondeu um dos garotos.

É verdade, tive que concordar com ele. É importante ir ver mais de perto o que fazem as crianças, antes de dizer de nossas crenças sobre o fim das brincadeiras. Estamos acreditando em coisas sem ter se dado a chance de olhar de fato.

Em Araçuaí só não vê menino brincando quem não quer. Aliás, isso não é privilégio só de Araçuaí não. Em todo o Brasil, onde haja criança, seja em áreas rurais, litoral, ou grandes centros urbanos, é possível ver brincadeiras das mais diversas formas.

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No bairro do Arraial, em Araçuaí, as brincadeiras se escondem do sol, nas sombras das mangueiras e tamarindos. Jogos de china, de pular corda, sinuquinha, amarelinha, pata cega, pular carniça, casinhas … e tantas outras que nunca saberemos, afinal, brincadeira não se presta para ser mostrada, apresentada, mas sim brincada, vivida e só saberá quem se sentar ao chão para brincar junto.

“O Emerson é profissional, vive com as “chinas” no bolso. Ontem mesmo ele levou “china” até na igreja”, nos segredou Ricardo. O Emerson é desses meninos de Araçuaí que carrega o brincar consigo seja lá onde for. Da mesma maneira como joga as bolinhas, ele também se dedica ao grupo de Folia de Reis do bairro de Arraial e a construir brinquedos com madeira encontrada nas casas dos vizinhos. Segundo Ermerson, “toda criança conseguiria fazer seus próprios brinquedos, mas se não tentar nunca vão saber”, diz ele.

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E essa história de que andam dizendo por aí, que criança não brinca mais? Pergunto. Mais uma vez obtenho a mesma resposta: “Os adultos não estão tendo tempo de parar para ver, aí eles saem espalhando coisas que não vêem.”

Fica a dica dos meninos de Araçuaí: vamos parar com tempo para olhar as brincadeiras das crianças.

Texto e fotos: Renata Meirelles

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